Algumas Palavras...


"Sem a curiosidade
que me move,
que me inquieta,
que me insere na busca
não aprendo
nem ensino."
(Paulo Freire)

28 de abril de 2010

Revista Época - Bons professores!

Os segredos dos bons professores


RICARDO CORRÊA
CONTROLE 
A professora Carolina Maia, em sua classe da 2ª série. Em suas aulas, tudo o que não tem relação com aprender fica para fora da sala
De uma carteira na penúltima fileira da sala de aula, relembro alguns conceitos de matemática que tanto me assustavam anos atrás. A minha volta estão cerca de 30 alunos do ensino médio de uma escola de primeira linha de São Paulo. O professor João (o nome é fictício, e você já vai entender por quê) dá uma boa aula. As fórmulas, as equações, os problemas se sucedem. Minha intenção não é reaprender matemática, e sim entender como atua um bom professor. João foi indicado pela direção da escola como um dos melhores.
Prender a atenção de um bando de adolescentes às 8 horas da manhã, com esse tema, já pode ser considerado um feito. E João conquista a quase unanimidade dos olhos grudados no quadro verde, onde resolve um exercício. Só dois grupos pequenos travam conversas paralelas (sobre a própria matéria) – e uma menina dá uma cochilada, a três carteiras de mim. Estou ali, tentando perceber os segredos de uma boa aula, quando escuto um diálogo cochichado:
– Não consegui fazer a maioria dos exercícios, acho que vou passar o resto da semana no plantão de dúvidas.
– Você já teve aula com o professor Fernando?
– Ainda não.
– Ele é demais, o melhor professor que eu já tive.
– Ele é legal?
– Não é isso. É que ele explica tudo de um jeito que a gente consegue entender.

 VALE A PENA LER - REVISTA ÉPOCA 28 ABRIL 2010

25 de abril de 2010

Nas palavras... a busca!

Procura da poesia 

Não faças versos sobre acontecimentos. 
Não há criação nem morte perante a poesia. 
Diante dela, a vida é um sol estático, não aquece nem ilumina. 
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam. 
Não faças poesia com o corpo, 
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica. 
Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro 
são indiferentes. 
Nem me reveles teus sentimentos, 
que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem. 
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia. 

Não cantes tua cidade, deixa-a em paz. 
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas. 
Não é música ouvida de passagem; rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma. 
O canto não é a natureza 
nem os homens em sociedade. 
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam. 
A poesia (não tires poesia das coisas) 
elide sujeito e objeto. 
Não dramatizes, não invoques, 
não indagues. Não percas tempo em mentir. 
Não te aborreças. 
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante, 
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família 
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável. 

Não recomponhas 
tua sepultada e merencória infância. 
Não osciles entre o espelho e a 
memória em dissipação. 
Que se dissipou, não era poesia. 
Que se partiu, cristal não era. 

Penetra surdamente no reino das palavras. 
Lá estão os 
poemas que esperam ser escritos. 
Estão paralisados, mas não há desespero, 
há calma e frescura na superfície inata. 
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. 
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. 
Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam. 
Espera que cada um realize e consuma 
com seu poder de palavra 
e seu poder de silêncio. 
Não forces o poema a desprender-se do limbo. 
Não colhas no chão o poema que se perdeu. 
Não adules o poema. Aceita-o 
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada 
no espaço. 

Chega mais perto e contempla as palavras. 
Cada uma 
tem mil faces secretas sob a face neutra 
e te pergunta, sem interesse pela resposta, 
pobre ou terrível, que lhe deres: 
Trouxeste a chave? 

Repara: 
ermas de melodia e conceito 
elas se refugiaram na noite, as palavras. 
Ainda úmidas e impregnadas de sono, 
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo. 


ANDRADE, Carlos Drurmmond de. Poesia completa & prosa. Rio de Janeiro:José Aguilar,1973. 
“Procura da poesia” é um dos textos de abertura do livro A rosa do povo, que reúne poemas escritos entre 1943 e 1945, o conjunto formado por esses textos resulta numa das mais belas e profundas reflexões sobre o “fazer poético”, sobre a arte e utilidade da poesia. 



 E EU? À PROCURA DA MELHOR AULA!!!  EM BUSCA DA AULA PERFEITA!

Meus Clubinhos na Sala de Aula

Aqui estão alguns cartazes expostos 
na sala de aula para Clubes diários:




Tem ainda os cartazes do Projeto Circuito Campeão... com a presença diária e os temas feitos e o cartaz dos livros lidos!

Aniversário da Escola - Homenagem 1º Ano!

Minha turminha ficou muito empolgada em homenagear a escola pela passagem de seus 51 anos. No ano passado, abril foi um mês de festa para a escola. Este ano, segundo a diretora da escola, só a nossa turminha lembrou de homenageá-la. 

Na tarde de sexta-feira cantamos uma música celebrando a data para a equipe diretiva e entregamos à escola um vaso de flores! (Detalhe: o vaso usado foi um pote de condicionador Fructis e o letreiro foi feito com letras de revistas.) 

Os alunos capricharam na decoração das flores e ficaram muito entusiasmados com a tarefa. É diário escutar o prazer deles em vir à escola fazer tarefas





21 de abril de 2010

Educar para Crescer - Dica de site!

Muito bom este site:


http://educarparacrescer.abril.com.br/alfabetizacao/


Fica a dica para visitá-lo.

TDAH - Resenha de palestra

Transtorno de déficit de Atenção / Hiperatividade
Aline Pozzer da Silva*

Na palestra ministrada pelo Médico pediatra e de adolescentes João Celestino Quadros intitulada “Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade” foram abordados os sintomas e as possíveis maneiras de lidar com esta situação freqüentemente encontrada nos bancos escolares mas de difícil identificação quando não lançado um olhar sensível sobre o aluno.
O TDA/H (Transtorno de déficit de atenção / hiperatividade) é um distúrbio de longa duração e geralmente se estende até a vida adulta. Os sintomas principais são desatenção, hiperatividade e impulsividade. Mas o que se sabe é que as crianças recebem rótulos como: avoados, pouco inteligentes, indisciplinados, malcriados e problemáticos quando detectadas tais características.
Os fatores decorrentes desse transtorno interferem na área cognitiva, mas não se ligam ao fator inteligência. A deficiência não ocorre só com a atenção, pois envolve o distúrbio do desenvolvimento adequado da inibição e modulação das respostas; do autocontrole. Assim, na vida adulta a pessoa passa a não obter bons resultados pela dificuldade em executar os projetos assumidos, por exemplo.
Dessa forma o TDA/H é o motivo desencadeador para encaminhar o aluno em questão para uma avaliação. Se o professor for observador e perceber que algo diferente está acontecendo com o aluno deve imediatamente solicitar à escola e esta à família exames para assim, encontrar soluções.
A realidade é que se busca muito tardiamente encontrar soluções para o problema. Uma vez que os sintomas são muito inespecíficos e às vezes há relutância da família. Mas é muito importante lembrar que esse transtorno mexe muito com a auto-estima da pessoa ocasionando doenças como a depressão, permitindo também a exclusão do indivíduo na vida social com a dificuldade de relacionamentos.
 Sabemos que o TDA/H é uma das causas do fracasso escolar e que é manifestado em grande parte nos meninos. Esse transtorno atinge de 3 a 7% das crianças e sua ocorrência se dá através do fator genético. Por isso, é muito interessante pesquisar se há casos compatíveis na família. Além disso, é importante ainda identificar se os comportamentos apresentados se manifestam por variadas vezes.
A criança em idade escolar demonstra alguns sintomas de TDA/H quando se perde facilmente no foco da tarefa; é desconcentrada quando não tem interesse, caso contrário é hiper-concentrada; comete erros por descuido e é capaz de reconhecê-los em outro momento em conteúdos que reconhecidamente domina; burla o seu próprio déficit quando finge estar copiando algo do quadro quando na verdade está rabiscando ou desenhando. É muito comum essa criança funcionar apenas sob pressão, e se tiver que realizar mais que uma tarefa em seqüência certamente não se recordará nem da primeira tarefa solicitada.
A desorganização é também marcante nesses casos em que há várias tarefas a serem realizadas mas nenhuma se completa, apesar de serem inúmeras as tentativas para realizar as tarefas. Uma criança com TDA/H é barulhenta, fala muito, não pára na sala de aula, é ativa e inquieta. Freqüentemente é advertido pela professora, não espera a sua vez, fala quando não deve, interrompe, responde sem ouvir a pergunta por inteiro e é inadequada.
Algumas crianças ainda, não têm noção de perigo. Sobem em locais perigosos, se machucam freqüentemente envolvendo-se em muitas situações de risco. São insistentes e têm baixa tolerância à frustração.
Todos os sintomas apresentados são de fácil reconhecimento. Mas muito se fala sobre o assunto e pouco se sabe. Por isso, antes de rotular ou diagnosticar de imediato uma criança ou adolescente, se faz necessário conhecer o funcionamento cerebral desse transtorno.
Os genes envolvidos são múltiplos e é no córtex pré-frontal que é responsável pela memória e organização das funções executivas que ocorre a dificuldade no aproveitamento das substâncias liberadas de um neurônio a outro. Pode-se até mesmo comparar com a gasolina adulterada abastecida num carro, por exemplo. Essas substâncias são a dopamina e a noradrenalina, que se transmitem por toda a extensão.
Por tratar-se de um fator neurofisiológico há a necessidade de uso de substâncias químicas para regular a transmissão e o aproveitamento das substâncias. Dessa maneira, o diagnóstico clínico se baseia em histórias detalhadas de pessoas significativas à vida da criança ou  do adolescente; e também de problemas que não são a hiperatividade como o humor, o aprendizado, tiques, comportamentos ansiosos ou depressivos. Depois de analisado adequadamente o quadro em que se encontra o paciente a medicação surge como forma de intervenção, mas nem sempre é a cura do problema.
Ao professor é de fundamental relevância que auxilie a família na busca de soluções ao perceber no aluno comportamentos semelhantes ao TDA/H. Mas o seu trabalho não pára nessa observação. Deve-se conhecer e trabalhar técnicas que auxiliem os alunos com esse transtorno a apresentarem melhores resultados. Isso poderá em alguns casos ajudar o aluno a minimizar o problema. 

Referências possíveis para consulta:
No mundo da lua
Levados da breca
Mentes inquietas

*Professora de Educação Infantil na rede privada da cidade de Caxias do Sul - 2007.
   

Dia do Palhaço!

Música muito engraçadinha de palhacinhos!!! (Eles amam cantar essa!)


Eu vou contar a história
Do palhacinho Dedé
Era o palhaço engraçado
Que só mexia o


Formiga
Barriga


Feliz
Nariz


Zumzum
Bumbum


Pimpão
Mão



Literatura

Atividade:

Qual o seu nome?

Você prefere
Ser chamada de
Bela, Maristela ou Banguela?

Você prefere
Ser chamado de
Animal, Roberval ou Marginal?

Você prefere
Ser chamado de
Marmelo, Marcelo ou Magrelo?

Você prefere
Ser chamado de
Coração, João ou Gordão?

Você prefere
Ser chamada de
Robusta, Augusta ou Dentuça?

Você prefere
Ser chamada de
Bailarina, Carolina ou Traquina?

Você prefere
Ser chamado de
Jumento, Bento ou Perebento?

Você prefere
Ser chamado de
Toni, Simone,
Ou não ter nome?

O que você prefere?

Livro: Poesias dão nomes ou nomes dão poesias?
Autor e ilustrador: André Neves

Agora, você será o poeta do seu nome. Crie uma poesia usando o seu nome e de seus colegas. Pense em tudo o que fizemos este ano na Turma Acelera Brasil e lembre-se de rimar as palavrinhas em seus versinhos.
Mãos à obra!
Amanhã quero ler a sua criação!!! 

Atividade sobre Gêneros Textuais - 4ª CRE - Caxias do Sul

Atividade reflexiva sobre Gêneros Textuais – Acelera Brasil e Circuito Campeão Foco IAS –
Encontro dia 02/07/09 (4ª CRE)

Texto 1: Escolhendo gêneros textuais para ensinar na escola

“Catar feijão se limita com escrever:
Jogam-se os grãos na água do alguidar
E as palavras na da folha de papel,
E depois joga-se fora o que boiar.”
João Cabral de Melo Neto


Gênero Textual: ilimitado e crescente. (Constelação de gêneros)
Tipo de texto: modalidade retórica. É a forma de organizar: narração, argumentação, descrição...


Tripé da atividade de produção textual:


Leitura

Escrita

Análise e reescrita

“O ensino de produção textual em língua materna, portanto, deve passar por desconstrução e análise do contexto, da situação comunicativa, para que o aluno possa perceber a configuração social de um momento e como a língua como sistema sócio-semiótico constitui esse momento. Em última instância, escrever só faz sentido se houver espaço para isso na vida pessoal e/ou social da pessoa e se a sociedade desenvolver instituições letradas num processo de letramento social, isto é, não há razão para saber ler ou escrever um contrato se não há condições econômicas para se comprar/alugar uma casa ou se não houver instituições que garantam a validade do texto escrito como ato.” (MOTTA-ROTH, Désirée. O ensino de produção textual com base em atividades sociais e gêneros textuais.)
 “Nesta perspectiva, a produção textual torna-se um dos indicadores mais precisos de como vai globalmente a educação do aluno, pois no ato de escrever juntam-se experiências várias, que devem ser expressas com conhecimentos vários.” (BRITO, Eliana V. (org.) PCN’s de Língua Portuguesa: a prática em sala de aula. Disponível em: Google Books. Acesso em: 22 jun 2009.)
“A produção de texto escrito constitui-se em momento de o educador conhecer a visão de mundo dos educandos, seus desejos e, também, o nível que eles apresentam em termos lingüísticos. De posse desse conhecimento ele planeja sua intervenção e cria atividades de reflexão sobre o funcionamento e uso da linguagem, permitindo aos educandos que pensem sobre ela e, no conflito, encontrem respostas e avancem cognitivamente e linguisticamente.” (...) “Ler uma produção de texto exige respeito e diálogo.” (ALLEBRANDT, Lídia; FRANTZ, Lori. Intervir ou não nos textos das crianças?)
Sugestões da autora: troca de textos entre os colegas para leitura dos mesmos; análise dos textos sob a ótica da obra Análise dos Erros Ortográficos dos Textos, de Cagliari; pesquisa de palavras em jornais e revistas; elaboração de critérios para separação das palavras encontradas; texto coletivo com o material coletado; escrita de nomes e palavras com as letras em questão; montagem de trava-línguas com as dificuldades ortográficas dos alunos; brincadeira da língua do “p”, por exemplo; entre outras tantas possibilidades de trabalho que podem surgir diante da observação das dificuldades da turma.
__________________________________________________________________________________

A leitura torna o homem completo; a conversação torna-o ágil; e o escrever dá-lhe precisão.” (Francis Bacon)

Material de apoio produzido por ALINE POZZER DA SILVA - Acadêmica do Curso de Letras pela Universidade de Caxias do Sul.

Acelera 2009 - Semana Farroupilha na Escola

Nossa apresentação ficou muito legal.
Com música da Ultramen e tudo!!! Muito show!

Graduação - Lic. Plena em Letras - Finaleira!!!!

O começo da despedida da graduação... 
Show do Papas da Língua na UCS - Festa Volta às Aulas - Ingresso ganho pela Coluna 3 por 4 do Jornal Pioneiro - 
Ô coisa boa!!!


Chegada do Coelho!

E não é que o Coelho visitou a nossa sala?!
A expectativa dos alunos era grande.
E foi muito legal a nossa Caça ao Ninho!!!

Atividade Alimentação

Realizamos a Tarde do Sanduba no Acelera!






O sanduba da profe teve direito a carinha...

Os alunos produziram a receita do seu sanduíche, fizeram-no em papel e depois o trouxeram prontos de casa para o lanche da tarde!

Ainda sobre o Aparelho Digestório


As produções dos alunos:
























Atividade - Aparelho Digestório

Os alunos do Acelera produziram rimas de acordo com a função de cada órgão 
do Aparelho Digestório.

Ficou muito legal e eles gostaram muito de produzir o mesmo com massa de modelar.

Surpreenderam nessa!!

Atividade com os nomes dos alunos

Atividade realizada para reconhecimento do Nome:


Até quando o ensino público sofrerá?

Incrível o que é feito com as escolas e, principalmente, com os alunos atendidos pela rede pública de ensino!
É revoltante assistir a este vídeo... mas é o que acontece, e muitas vezes, nem tão distante de nós mesmos.

É preciso fazer algo e continuar lutando pela qualidade no ensino público!

http://www.youtube.com/watch?v=Uriw9CgSexM&feature=related
E é só a parte 1 nesse endereço!!!!!

YouTube - Acelera 2009

Os endereços abaixo são postagens no YouTube sobre atividades realizadas com a Turma Acelera Brasil em 2009.

Vídeo da visita da turma na Estação Férrea e Centro de Cultura Henrique Ordovás Filho
http://www.youtube.com/watch?v=BwkoR_ggpbk

Vídeo - Retrospectiva 2009 - Despedida da Profe e Turma
http://www.youtube.com/watch?v=3wnF0KAARAo

Professora Aline Pozzer - E. E. E. M. Melvin Jones

Dia do Índio

No Dia do Índio, além de produzir um índio, os alunos cantaram aos pais, no horário de saída da escola:


TUM TUM TUM 
TUM TUM TUM
UM DIA NA FLORESTA
UM BARULHO SE ESCUTOU
E TODA A BICHARADA 
NO INÍCIO SE ASSUSTOU
MAS QUEM APARECEU 
NÃO ERA NADA ASSUSTADOR
UM INDIOZINHO AMIGO 
QUE TOCAVA O SEU TAMBOR
TUM TUM TUM
TUM TUM TUM

A caracterização dos alunos 
com a produção de um tamborzinho a cada um, 
deixaria a música muito mais alegre!

A Cuca do Sítio - Sucata: Caixa de creme dental



 Cantando a música da temida Cuca, os alunos produziram-na com sucata!
A comunidade escolar achou muito legal!

Dia Nacional do Livro Infantil - 1º ano





        


Nossa turminha adorou descobrir o mundo mágico do Sítio!

8 de abril de 2010

5 de abril de 2010

ESSA É MUUUUUITO BOA! SERÁ QUE VAI DAR CERTO?!


POLÊMICA

Filhos de políticos nas escolas públicas

Como melhorar a educação? Obrigando presidente, governadores, prefeitos e parlamentares a testar o ensino público - com suas próprias crianças.

por Cristovam Buarque
Quanto custa estudar no Brasil? Depende. Se você estiver entre os 20% mais ricos da população, vai chegar ao fim de 20 anos de colégio e faculdade com uma formação de aproximadamente R$ 250 mil. Isso significa cerca de R$ 1 mil por mês. Nessa conta entram o dinheiro que você tira do próprio bolso para pagar as mensalidades e a contribuição que o governo faz (com investimento em universidades estatais e deduções de imposto). Agora, se você fizer parte dos outros 80%, sua educação receberá um investimento bem menor: o equivalente a R$ 116 por mês. Esse é o total gasto pelo país por aluno para manter as escolas públicas, onde não se passa muito tempo. Em média, essa parte da população completa só 5 anos de estudo formal, geralmente entre os 7 e os 11 anos de idade. 
Ou seja: enquanto ricos estudam em escolas de qualidade por um longo tempo, o resto estuda por pouco tempo em escolas ruins. Como senador, tenho um projeto que pretende amenizar essa desigualdade. Minha proposta é a de que políticos eleitos - vereadores, prefeitos, deputados, senadores e o presidente - fiquem obrigados a matricular seus filhos em escolas públicas. Caso contrário, perderão seu mandato. O projeto já foi apresentado e agora espera avaliação do Senado e da Câmara. 
No Brasil do passado, só classes com influência tinham vaga nas boas escolas públicas. Filhos de pobres não estudavam, ou frequentavam colégios particulares mantidos pela Igreja Católica, como seminários. Hoje filhos de eleitos estão entre os 20% mais ricos, em geral. E vão a colégios particulares. 
Em lugares como Reino Unido e Cingapura, políticos nem pensam em colocar os filhos em escolas particulares. Os eleitores não aceitariam essa escolha, porque ela significaria ignorar a boa qualidade das escolas públicas de lá. Se um político é descoberto matriculando o filho no ensino privado, acaba nos jornais. Tem de se desculpar publicamente e transferir a criança para uma instituição pública
Se políticos brasileiros tiverem de matricular os filhos em escolas públicas, elas receberão mais atenção dos governantes. O resultado será um ensino de qualidade para todos. E um país mais próximo dos princípios republicanos, com uma sociedade unida, sem divisão entre aristocracia e plebe. Há quem diga que essa obrigação fere a liberdade do político. Mas todo cidadão é livre para não ser candidato. Se ele opta pela vida pública, deve assumir obrigações. Esse seria só mais um de seus compromissos com os eleitores, com a nação e com a República.

*Cristovam Buarque é professor de economia da Universidade de Brasília e senador pelo PDT/DF. Os artigos aqui publicados não representam necessariamente a opinião da SUPER.

FONTE: WWW.SUPERINTERESSANTE.COM.BR (O5 ABR 2010)